
Quem sofre com problemas, como inchaço abdominal, gases, diarreia ou constipação, sabe como esses sintomas podem afetar a qualidade de vida. Se você já tentou várias estratégias sem sucesso, talvez seja hora de conhecer a dieta FODMAP, um método que pode ajudar a controlar esses desconfortos ¹.
Indica-se essa abordagem alimentar especialmente para quem tem Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou sensibilidade intestinal. A dieta baseia-se na redução de certos tipos de carboidratos de difícil digestão, que fermentam no intestino e provocam sintomas desconfortáveis ¹.
Neste artigo, vamos explicar o que é FODMAP, como funciona, quais são os alimentos que você deve evitar e os benefícios e cuidados ao adotar essa estratégia.
Resumo
- FODMAPs é a sigla para Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides And Polyols, que são carboidratos de difícil digestão. Esses compostos fermentam no intestino e provocam gases, inchaço e diarreia, principalmente em pessoas com Síndrome do Intestino Irritável ¹.
- A dieta é importante porque ajuda a identificar quais tipos de carboidratos fermentáveis provocam sintomas digestivos em cada pessoa. Ao seguir as três fases (restrição, reintrodução e manutenção), o paciente personaliza a alimentação, evita os alimentos que causam desconforto e melhora sua qualidade de vida ¹.
- Exemplos incluem alho, cebola, trigo, leite, maçã e adoçantes, como sorbitol. Para identificá-los, é necessário conhecer os quatro grupos: oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis. Ler rótulos e consultar listas específicas auxilia na escolha correta dos alimentos ².
- Os principais benefícios da dieta FODMAP incluem redução de gases, inchaço, diarreia e dor abdominal. Porém, a dieta é restritiva; você deve segui-la sob orientação profissional ².
- O acompanhamento nutricional garante a reposição adequada de nutrientes e a correta reintrodução dos alimentos para evitar deficiências de nutrientes ².
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O que é FODMAP?
A sigla FODMAP significa Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides And Polyols, que em português são: Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis Fermentáveis ¹.
Esses são tipos de carboidratos de cadeia curta que têm dificuldade de absorção no intestino delgado ¹.
- Oligossacarídeos: encontrados principalmente em alimentos, como trigo, centeio, alho e cebola. São fibras de difícil digestão, que fermentam rapidamente no intestino.
- Dissacarídeos: o principal exemplo é a lactose, presente no leite e derivados, como queijos e iogurtes.
- Monossacarídeos: frutose em excesso, encontrada no mel, algumas frutas e alimentos industrializados com adoçantes à base de frutose.
- Polióis: sorbitol e manitol, presentes em frutas, como maçã e pera, e em adoçantes artificiais.
Quando esses carboidratos chegam ao intestino grosso sem a absorção completa, ocorre a fermentação por bactérias, o que gera produção de gases, distensão abdominal e alteração no funcionamento intestinal ¹.
Qual o objetivo da dieta FODMAP?
A dieta FODMAP tem como principal objetivo reduzir os sintomas gastrointestinais associados à má digestão desses carboidratos. Recomenda-se especialmente para pessoas com Síndrome do Intestino Irritável (SII). Pode beneficiar quem sofre com outros distúrbios digestivos funcionais ¹.
A dieta se divide em três fases ¹:
- restrição: redução temporária de todos os alimentos FODMAPs;
- reintrodução: introdução gradual de cada grupo de FODMAPs para identificar quais tipos causam sintomas;
- manutenção personalizada: adaptação da alimentação com base na tolerância individual.
Essa abordagem permite a identificação de gatilhos e o controle dos sintomas sem a necessidade de restrições permanentes ¹.
Alimentos FODMAPs: o que são e como identificá-los?
Confira uma lista com os principais alimentos ricos em cada tipo de FODMAP ².
- Oligossacarídeos: alho, cebola, trigo, centeio, lentilhas, grão-de-bico.
- Dissacarídeos: leite de vaca, queijos frescos, iogurte, creme de leite.
- Monossacarídeos: mel, maçã, manga, melancia, alimentos com alto teor de frutose.
- Polióis: maçã, pera, ameixa, couve-flor, cogumelos, adoçantes, como sorbitol e manitol.
Por outro lado, alguns alimentos são naturalmente pobres em FODMAPs, como ²:
- arroz;
- cenoura;
- abobrinha;
- morango;
- banana;
- carne;
- ovos;
- queijos maturados.
A leitura de rótulos é fundamental, já que muitos alimentos industrializados podem conter ingredientes escondidos com alto teor de FODMAPs, como xaropes de frutose ou adoçantes artificiais ².
Benefícios e cuidados com a dieta FODMAP
Seguir essa dieta pode trazer diversos benefícios. Destacamos os principais ².
Redução de gases e inchaço abdominal
A dieta ajuda a reduzir a fermentação excessiva no intestino. Ao evitar alimentos ricos em FODMAPs, há menos produção de gases, o que diminui o inchaço abdominal ².
É comum sentir a barriga menos estufada logo nas primeiras semanas da dieta ².
Melhora na frequência e consistência das evacuações
Outro benefício importante da dieta é o equilíbrio do trânsito intestinal. Pessoas que sofrem com diarreia ou constipação crônica costumam perceber uma melhora significativa na frequência e na consistência das fezes ².
A redução de alimentos desse grupo diminui a retenção de água no intestino e o excesso de fermentação ².
Diminuição de dores e cólicas intestinais
Com menos gases e distensão abdominal, a ocorrência de dores e cólicas intestinais também tende a diminuir. A dieta ajuda a reduzir os estímulos irritativos no intestino ².
Melhora na qualidade de vida, especialmente para pacientes com SII
Pacientes com Síndrome do Intestino Irritável (SII) relatam menos desconforto, maior disposição e bem-estar no dia a dia, o que favorece atividades simples, como trabalhar, praticar exercícios e socializar ².
No entanto, é importante ter alguns cuidados. Por ser uma dieta bastante restritiva na fase inicial, o acompanhamento com um nutricionista é fundamental ².
Dessa forma, evitam-se deficiências nutricionais e garante-se a reintrodução controlada e segura dos alimentos ².
Adicionalmente, não se deve manter a dieta restrita por muito tempo. O objetivo é identificar os alimentos que causam sintomas para, depois, adaptar a alimentação individualizadamente ².
Outro ponto importante é que a resposta à dieta varia de pessoa para pessoa. Nem todo mundo tem sensibilidade a todos os grupos de FODMAPs. Por isso, a etapa de reintrodução é tão necessária ².
Agora que você sabe o que são FODMAPs e entende como a dieta melhora os sintomas digestivos, é hora de buscar orientação profissional e iniciar o processo com segurança ².
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